Uma questão de ética

“Todas as crianças começam o seu percurso escolar com uma imaginação brilhante, as mentes férteis, e uma vontade de correr riscos com o que eles pensam”, diz Ken Robinson. “A maioria dos alunos nunca consegue explorar toda a gama das suas habilidades e interesses… Educação é o sistema que supostamente é para desenvolver as nossas habilidades naturais e permitir-nos fazer o nosso caminho no mundo. Em vez disso, é para sufocar os talentos e capacidades individuais de muitos alunos matando a sua motivação para aprender. “

Quando éramos crianças e até adolescentes as normas serviam-nos para as contrariarmos e dar asas à criatividade. Procurávamos coisas diferentes e experimentávamos com frequência nas nossas brincadeiras ou manifestações em grupos.

Mas crescemos e criamos hábitos, criamos medo de falhar e ganhamos a nossa zona de conforto. Já não relacionamos as coisas como quando éramos crianças, porque enquanto criança sonhávamos em ter força suficiente para levantar um avião e hoje sonhamos que somos invisíveis para fugir aos problemas ou aliviar o stress.

A nossa criatividade foi-se moldando de acordo com o uso que faço do conhecimento que possuo e das novas informações que vou recebendo.

A capacidade de combinar o conhecimento e a informação de uma maneira nova é importante porque se temos apenas o conhecimento e a informação não significa que sejamos uma pessoa criativa. Contudo também não é possível ser uma pessoa criativa, sem conhecimento e informação.

Reviver o passado pode ser bom mas não no sentido de justificar o que acontece ou prever o que vai acontecer.

Reconhecer um problema ou oportunidade, meditar sobre ele, identificar um caminho a seguir e realizar a ideia são etapas do processo criativo que devem ser sempre acompanhadas de valores que são bem representados na inocência de uma criança.

A criatividade não tem hora nem lugar nem tão pouco é uma capacidade de uma determinada disciplina. A criatividade surge tanto na pintura como na tecnologia, tanto em culinária como em contabilidade, mas em alguns pontos as questões de ética são mais prementes.

“Então, por definição, a criatividade é moralmente neutra. O mito de que é bom é um equívoco perigoso. As sociedades devem esforçar-se para garantir que novas ideias em negócios, governo, educação, e todo outro reino são casados ​​com fortes valores éticos.” Teresa Amabile

Quando eu era criativo…eu era uma criança! E agora?

“Toda a criança é um artista. O problema está em como se manter um artista à medida que cresce! – Pablo Picasso